Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barco primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore e veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende a tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
E certeza tranquila a teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
E a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e paz.
(CORALINA, 2004, p.311)

Não são necessárias palavras rebuscadas para se exteriorizar o verdadeiro sentido da vida. Para Cora Coralina, o ser humano está por aqui de passagem, numa breve estadia. A Terra é sua única casa e dela vem sua vida, sua família, seu sustento. Cuidar bem do planeta significa cuidar de nosso futuro e do futuro das próximas gerações. A compreensão dessas palavras entretanto parece árdua a muitos e prossegue a deterioração do meio ambiente, a passos largos, a céu aberto, a despeito de todo o conhecimento que se tem sobre as consequências a todos. Deixar de pensar nisso e de se tomar atitudes, significa não cuidar da grande casa em que vivemos.

As atitudes contradizem o discurso simples da poesia, a respeito de que devemos, com urgência, tratar bem o planeta, nossa única nave. Vão se tecendo redes de corrupção, de maldade, de devastação, numa corrida desenfreada e ilusória pelo ter e pelo poder. O magnetismo que tal cadeia exerce sobre o espírito prevalece sobre o verdadeiro sentido da vida e parece apagar o objetivo maior, que é a tranquilidade da alma, de que nos fala Cora Coralina.

São as pequenas atitudes que podem despertar a tomada de consciência sobre o que estamos fazendo em nossa casa e levar cada um a agir da forma correta para que se possa ter um mundo melhor, no futuro. Assim pensam os artistas do Grupo Artenavida. Assim são as exposições que os artistas estão realizando. E a próxima exposição será o Meio Ambiente por Inteiro, no Hotel Mercure Paulista, na rua São Carlos do Pinhal, 87, Bela Vista, em São Paulo, de 1 de julho a 8 de setembro de 2017, com vernissage no local, no dia 30 de junho de 2017, às 19h e 30 minutos. Talvez sejam essas as pequenas, mas as melhores marcas que cada um pode deixar nesse planeta.

As obras inéditas dos artistas tem como tema o meio ambiente e despertam para a tomada de consciência sobre o que estamos fazendo por nosso mundo, nossa única casa. O olhar da Arte seduz por meio de cores, de formas, mas sobretudo de esperança, antes que o planeta, o lar de todos, torne-se um deserto inóspito.